A arte de ter conversas presenciais

Em um mundo cada vez mais conectado, a comunicação por meio de celulares se tornou a norma. No entanto, essa facilidade de se conectar digitalmente pode estar nos fazendo evitar algo essencial: a conversa presencial. 

A tecnologia, embora não seja um problema em si, exige que saibamos usá-la com sabedoria. A palavra falada carrega nuances, emoções e uma conexão que a palavra digitada não consegue replicar. Ao nos limitarmos a mensagens de texto, estamos, de certa forma, nos privando de experiências ricas e autênticas que ocorrem em uma conversa cara a cara.

Pesquisas científicas apontam que a comunicação não verbal — expressões faciais, entonações e gestos — representa uma parte significativa da interação humana. Segundo um estudo da Universidade de California, 93% da comunicação é não verbal, o que significa que, ao nos restringirmos ao texto, estamos perdendo a maior parte do que poderia ser comunicado. Além disso, a prática de editar mensagens antes de enviá-las pode nos levar a uma comunicação mais calculada e menos espontânea, inibindo nossa criatividade e autenticidade.

Mais importante ainda, essa preferência por interações digitais pode estar afastando a empatia. Quando conversamos ao vivo, podemos perceber as emoções do outro de maneira mais direta e visceral. A falta dessa conexão pode criar um abismo entre as pessoas, tornando-as mais isoladas, mesmo quando estão “conectadas”. Como afirmou o filósofo Byung-Chul Han, “a comunicação digital, ao invés de unir, muitas vezes fragmenta”. Essa fragmentação pode levar a um empobrecimento das relações humanas.

Portanto, é essencial que reservemos momentos sagrados para conversas presenciais. Esses momentos não são apenas encontros sociais, mas oportunidades de aprofundar relacionamentos, de ouvir e ser ouvido. Precisamos refletir sobre como estamos utilizando a tecnologia e o que estamos evitando ao nos esconder atrás de telas. Cada conversa cara a cara é uma chance de ser genuíno, de explorar ideias e de se conectar de maneira significativa.

Em resumo, acredito que ao valorizarmos a arte de ter conversas presenciais, não apenas enriquecemos nossas interações sociais, mas também cultivamos um espaço para a empatia, a criatividade e a autenticidade.

Que possamos nos lembrar da importância da palavra falada e nos permitir a beleza das conversas que ocorrem entre olhares e sorrisos, resgatando assim a profundidade da experiência humana.

Uma resposta

  1. Excelente texto! Realmente nada se compara a uma boa conversa presencial. As vezes, quando estou mandando um texto, me pergunto se quem está recebendo irá identificar a entonação que quero passar…

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